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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pela primeira vez TV GLOBO reconhece e admite “Erramos muito, temos que consertar muitas coisas”

Pela primeira vez a frase foi repetida inúmeras vezes na comemoração dos 50 anos da emissora. Tanto no Jornal Nacional, Domingão do Faustão e Fantástico. Diretores da Globo sabem que é preciso tomar outras atitudes para não ver a emissora fechar suas portas.

A frase foi repetida inúmeras vezes na comemoração dos 50 anos da emissora. Tanto no Jornal Nacional, Domingão do Faustão e Fantástico. Diretores da Globo sabem que é preciso tomar outras atitudes para não ver a emissora fechar suas portas.
Pela primeira vez, a Globo reconheceu na televisão seu erro na cobertura das Diretas Já, no início da década de 80, na noite da última terça-feira (21). O anúncio foi feito por William Bonner no segundo episódio de uma série especial, exibida no “Jornal Nacional”, em comemoração aos 50 anos do canal.
Ao lembrar as principais reportagens realizadas pela emissora, Bonner citou uma matéria feita por Ernesto Paglia sobre o comício ocorrido em 25 de janeiro de 1984. Na ocasião, o repórter foi orientado a noticiar o fato apenas como uma celebração pelo aniversário de São Paulo.
“Essa reportagem provocou muita polêmica ao longo de muitos anos porque, embora ela falasse do comício das Diretas, o texto que introduzia a reportagem, lido pelo apresentador na época, não falava em comício pelas Diretas”, disse o âncora do “JN”.
O marido de Fátima Bernardes disse ainda que a forma como o assunto foi abordado pelo noticiário foi visto por muitas pessoas como uma maneira que o canal encontrou de esconder as Diretas. “Obviamente, depois de muitos anos também, foi reconhecido como um erro”, ressaltou.
Vale lembrar que na internet a emissora já havia reconhecido o erro em torno da abordagem do assunto.
Vale lembrar que na internet a emissora já havia reconhecido o erro em torno da abordagem do assunto e suas falhas nos últimos anos.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Fux aplica princípio da consunção e absolve homem que matou estuprador.


Quando alguém comete um crime como meio para a prática de outro delito, a primeira infração deve ser absorvida pela segunda, e a pessoa deve responder apenas por esta última. Com esse entendimento, consagrado no princípio da consunção, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux concedeu, de ofício, ordem no Habeas Corpus 111.488 para anular a condenação por porte ilegal de arma de fogo imposta ao lavrador F.M.S pela Justiça mineira.
No dia 8 de fevereiro de 2007, na zona rural de Caputira (MG), F.M.S. teria evitado o estupro de sua sobrinha de 13 anos ao dr três tiros no agressor. Não foi denunciado por tentativa de homicídio nem por disparo de arma de fogo, em razão da evidente situação de legítima defesa de terceiro, mas o Ministério Público estadual o denunciou por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. O lavrador foi condenado a um ano e seis meses de reclusão em regime aberto, tendo a pena sido convertida em pena restritiva de direitos.
Porte ilegal de arma e disparo se deram no mesmo contexto. Por isso, uma conduta é absorvida por outra, diz Fux.
STF
No STF, a Defensoria Pública da União pediu a aplicação ao caso do princípio da consunção para afastar a condenação. Ao conceder o Habeas Corpus de ofício, o ministro Fux acolheu parecer do Ministério Público Federal no sentido de que não há dúvidas de que os delitos de porte ilegal e disparo de arma de fogo se deram em um mesmo contexto fático, motivo pelo qual se faz necessário reconhecer a absorção de uma conduta pela outra.
“De fato, está configurada a consunção quando a conduta imputada ao paciente (porte ilegal de arma de fogo) constitui elemento necessário ao crime fim (disparo de arma de fogo), quando praticados no mesmo contexto fático. Destarte, tendo sido afastado o crime de disparo de arma de fogo, por faltar ilicitude à conduta, uma vez que praticada em legítima defesa de terceiro, não subsiste o crime de porte ilegal de arma de fogo no mesmo contexto fático, sob pena de condenação por uma conduta típica, mas não ilícita”, afirmou o ministro Fux em sua decisão.
Segundo o relator, não pode ser conhecido por ser substitutivo de recurso ordinário, entretanto, o ministro concedeu a ordem de ofício. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

domingo, 26 de abril de 2015

Presidente da OAB embolsou honorários irregularmente, diz CNJ

As merendeiras e os professores do Piauí, que recebiam menos de um salário mínimo nos 1990, ganharam na Justiça indenização de R$ 400 milhões do governo local. Mas um grupo de advogados, liderado por Marcus Vinícius Coelho, que nem sequer atuou no caso, estava faturando - e antes de muitos dos trabalhadores - R$ 108 milhões desse total; a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça considerou irregulares os honorários dos advogados e mandou suspender os pagamentos

FILIPE COUTINHO
Marcos Vinicius, presidente da OAB (Foto: ABr)
Cada vez mais candidato a ministro do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coelho, atuou para que um grupo de advogados do Piauí descolasse honorários superlativos - e, segundo a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, irregulares - num processo de R$ 400 milhões. Os R$ 400 milhões constituem uma dívida reconhecida pelo governo do Piauí a professores e merendeiras da rede pública do ensino, como forma de compensação por algo básico que eles não tiveram durante um período da década de 1990: ganhar um salário mínimo.
São 11.401 beneficiários que, ao contrário dos advogados, não ficarão milionários com o pagamento da dívida. A média de pagamento, para os sindicalizados, é de pouco mais de R$ 30 mil - alguns beneficiários vão levar anos até receber o dinheiro. ÉPOCA teve acesso à decisão de um processo sigiloso do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, que considerou irregular a manobra para o pagamento dos honorários advocatícios. Marcus Vinícius nem sequer foi advogado no processo pelo qual ele ganhou os honorários. Foi, na verdade, advogado dos advogados.
Francisco Falcão, ex-corregedor do CNJ e atual presidente do STJ (Foto: ABr)
A disputa envolve o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí e sucessivas decisões judiciais, contra e a favor dos advogados. Tudo começou em 2006, quando os advogados Luciano Paes e Robertônio Pessoa entraram na Justiça para receber seus honorários pelo caso. Acontece que, na hora de entrar com o pedido no Tribunal de Justiça, os advogados não advogaram em causa própria. Preferiram contratar Marcus Vinícius Furtado Coelho. E foi assim que o atual presidente da OAB entrou no processo, mesmo sem ser advogado do sindicato. 
Inconformada, uma das sindicalizadas, uma professora aposentada, recorreu ao CNJ em março de 2013. Os honorários já estavam sendo pagos. Em parecer de novembro de 2013 apresentado à Justiça do Piauí, o Ministério Público foi contrário aos pagamentos milionários. O MP falou em “prejuízos irreparáveis”. “O quantum de 27% sobre o valor da condenação apresenta-se fora dos preceitos da lei e da ética, por cobrar valores abusivos e ilegais. A cobrança de honorários advocatícios deve atender aos princípios norteadores da atividade advocatícia e ao respeito aos clientes. A lei protege expressamente o direito do advogado, mas também protege o patrocinado”, afirmaram os promotores.
Em agosto do ano passado, o ministro Francisco Falcão, então corregedor do Conselho Nacional de Justiça, viu problemas semelhantes aos apontados pelo MP do Piauí. E elencou quatro irregularidades nos pagamentos dos honorários dos advogados, determinando a suspensão dos repasses.
Até aquele momento, segundo Falcão, os advogados já tinham recebido R$ 6 milhões. ÉPOCA descobriu que, entre março e julho de 2013, o governo do Piauí pagou R$ 3.698.377,98 aos advogados. Desse montante, a conta no Banco do Brasil do escritório Furtado Coelho, pertencente a Marcus Vinícius, recebeu R$ 407.802,60. Os advogados receberam seis parcelar dos precatórios até a decisão da corregedoria do CNJ. No total, os valores seriam pagos em 144 meses.
Pagamentos aos advogados (Foto: Reprodução)

Na decisão, o corregedor do CNJ afirmou que os honorários não poderiam ter sido calculados e bancados com os R$ 400 milhões. “A cobrança de honorários contratuais, independente do percentual aplicado, afronta à própria natureza dos sindicatos”, disse Falcão. Se o dinheiro fosse pago pelo sindicato, e não pelos sindicalizados, os honorários advocatícios sofreriam uma enorme redução. Isso porque o sindicato recebe apenas 1% do total - ou R$ 4 milhões. Com os sindicalizados pagando, os advogados recebem 27% dos precatórios (R$ 108 milhões) ao longo dos anos.
Francisco Falcão também pôs em dúvida a legitimidade da assembleia do sindicato que decidiu sobre os honorários.  “O desconto de 27% a título de honorários foi autorizado em assembleia convocada para tratar de assuntos de forma genérica, e pouco ou quase nada representativa, do qual participaram apenas 283 sindicalizados, do total de 25 mil profissionais de educação”, disse.
No CNJ,  a questão não se resume aos pagamentos. Cabe ao Conselho também apurar a conduta de magistrados. O ministro Francisco Falcão levantou suspeitas sobre o desembargador Luiz Gonzaga Brandão, do Tribunal de Justiça do Piauí, autor das ordens de pagamento aos advogados. Falcão determinou que uma correição fosse feita na área de precatórios do tribunal, em que a dívida de R$ 400 milhões foi tratada. Na prática, Brandão descumpriu uma ordem anterior da Justiça, que havia determinado que, até que fosse resolvido o impasse com os honorários, os valores deveriam ser reservados numa conta judicial. Brandão, contudo, determinou, numa decisão administrativa, que os depósitos fossem feitos nas contas dos advogados - incluindo Marcus Vinícius. "Descumprindo ordem judicial, determinou a liberação dos honorários reservados em favor dos advogados beneficiários", escreveu o ministro na decisão.
Além dessa irregularidade, a decisão do CNJ apontou ainda que Brandão nem sequer poderia ter atuado na liberação dos precatórios. O motivo é simples. O desembargador se declarou suspeito para julgar o processo, mas não se viu impedido de determinar administrativamente os pagamentos aos honorários. Brandão admitiu ao CNJ ser amigo do pai de um dos advogados, embora tenha dito que isso não fez diferença na hora de determinar os pagamentos milionários. “Afora a atuação atípica do desembargador Brandão, pesa ainda sobre o magistrado a suspeição declarada na fase judicial, afastada na fase administrativa”, disse Falcão.
Em nota, o presidente da OAB afirmou que foi contratado para defender os advogados que atuaram em nome do sindicato, mas que não haviam recebido honorários. "O escritório Furtado Coêlho Advogados Associados foi contratado pelos advogados em 2005 para entrar com uma ação na Justiça para receber os honorários a que tinham direito. Em 2007, o Tribunal de Justiça do Piauí determinou este pagamento. Em acordo firmado em 2010 com o sindicato, os advogados abriram mão de receber os honorários sobre os pagamentos futuros dos professores, restringindo o pagamento aos atrasados."
Perguntado sobre quanto recebeu, Furtado Coelho não falou em cifras. "Os honorários do escritório Furtado Coêlho Advogados Associados equivalem a 2,43% do total a ser recebido pelos advogados. É importante ressaltar que este percentual não aumentou em nada o total dos honorários pagos aos advogados”. Marcus Vinícius, portanto, ainda teria que receber cerca de R$ 2,2 milhões em honorários.
O presidente da OAB minimizou a decisão da corregedoria do CNJ. "O Conselho Nacional de Justiça não tomou nenhuma decisão sobre este caso. O que houve foi uma determinação individual e isolada do corregedor, mas que não foi levada a plenário. De acordo com o regimento do CNJ, artigo 99, qualquer decisão individual do relator (neste caso o corregedor), 'será submetida a referendo do Plenário na primeira sessão ordinária seguinte', o que não ocorreu”, disse em nota.
Segundo Geovane Machado, assessor jurídico do sindicato, a assembleia questionada pelo CNJ foi uma maneira de agilizar os pagamentos dos precatórios. “Houve essa celeuma toda e na assembleia foi dado aval para o sindicato negociar o pagamento dos honorários no recebimento do precatório, em 27%”, disse. “Marcus Vinícius é advogado dos ex-advogados. Ele teve um percentual em cima dos honorários dos advogados, é um honorário contratual entre advogados”, completou. Geovane Machado disse ainda que os advogados atuaram em favor dos professores, para que os valores depositados fossem isentos de imposto de renda. O desembargador Luiz Gonzaga Brandão não respondeu as perguntas enviadas à assessoria de imprensa do tribunal.
Em relação à matéria publicada, Marcus Vinicius Furtado Coêlho esclarece que:
O escritório Furtado Coelho Advogados Associados não recebeu honorários indevidamente. O pagamento de honorários dos advogados é atrelado ao recebimento dos precatórios dos profissionais de educação. Ou seja, os advogados só recebem à medida que estes profissionais recebem.

sábado, 25 de abril de 2015

Hacker de 19 anos mostrou como fez para fraudar eleições no Rio de Janeiro

 
RELEMBRANDO ESSA MATÉRIA.
Você confia nas urnas eletrônicas?
As últimas informações dão conta que o Hacker que demonstrou as falhas das urnas no RJ está sob proteção policial. A identidade do mesmo não é revelada pelas forças policiais qu acompanham o caso, em face do risco à vida do jovem.
O registro do caso é oficial e ocorreu durante as eleições Municipais em 2012, no Rio de Janeiro.
Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros – sem nada ser oficialmente detectado.
Fácil, fácil, diz o Hacker
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
Especialistas ficaram de boca aberta após demonstração
O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades –  foi chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra. Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica, escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.
Sob proteção policial 24 horas por dia...
Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Fraude em benefícios de políticos locais...
A fraude, acrescentou, era feita em benefício de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.
Fernando Peregrino, coordenador do seminário onde foi apresentado como foi burlada a eleição, por sua vez, cobrou providências:
“Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o está denunciando com todas as letras –  mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” – argumentou Peregrino.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Fim do exame da OAB: golpe contra o Direito

http://goo.gl/a44QNX | O exame da OAB está na mira do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). É de autoria dele o projeto de lei 7.116/2014, que pretende extinguir a prova, tão temida por muitos bacharéis em Direito. No seu site e nas redes sociais, o parlamentar, no estilo fanfarrão que lhe é peculiar, é explícito em suas intenções, quando fala em acabar o “absurdo, nefasto e corrupto exame da OAB”, chamando a instituição, reconhecida como um dos pilares de democracia brasileira, de “cartório corporativista” e “antro de corrupção”.Assim como outras infelizes iniciativas de Cunha – como a aprovação do PL das terceirizações – o projeto é lamentável em todos os aspectos. Para quem não sabe, para ter inscrição na OAB e poder advogar, é necessário, além do certificado de conclusão de curso de Direito, ser aprovado no exame de Ordem. A prova pretende atestar se o recém-formado reúne condições básicas para exercer a profissão. É uma forma eficaz de mensurar a qualidade dos egressos dos cursos de Direito.Esta necessidade surge a partir de um problema grave: a expansão desenfreada de faculdades de Direito em todo país, como parte de uma estratégia do governo brasileiro de ampliar o acesso da população ao ensino superior. Para se ter uma ideia, em 1995 havia 165 cursos de Direito no Brasil. Em 2014 eram 1.284, um aumento de 778,18%. São Paulo tem mais faculdades de Direito (300) que os EUA (212). Ficando difícil para o MEC fiscalizar tal contingente.O exame de Ordem é um real e sério instrumento em defesa dos direitos do cidadão. Ele vai muito além dos questionamentos da própria classe. O patrimônio, a liberdade e a honra de cada cidadão devem ser defendidos por profissionais que tenham segurança no conhecimento jurídico que vai ser aplicado em cada caso concreto e definir o direito de cada indivíduo.É imprescindível, portanto, um filtro qualitativo como o exame de Ordem. A revolta de alguns contra sua existência se dá talvez pelo diminuto percentual de aprovados. No Ceará – que detém um dos maiores índices de aprovação do país – a média é de 15%. Mas o exame de Ordem não tem o objetivo de impedir o exercício da profissão, mas sim, o de legitimar o conhecimento dos bacharéis e contribuir com a seriedade da história honrosa de comprometimento da profissão.Não é possível conceber a colocação de advogados despreparados no mercado. Seria, antes de tudo, uma falta de respeito com os cidadãos que necessitam deste tipo de serviço e, principalmente, com todas as instituições do Judiciário brasileiro, que já acusam lentidão por conta de uma enxurrada de processos. Espera-se que o Congresso não leve adiante outra sandice do senhor Cunha. Seria um golpe de morte contra o bom Direito.

Por Vanilo de Carvalho


24/04/2015 10h38 - Atualizado em 24/04/2015 13h47

Ministério Público abre inquérito sobre 'sexualização' de MC Melody

Exposição de funkeira de 8 anos é um dos alvos da investigação, que suspeita de 'violação ao direito ao respeito e à dignidade de crianças'.

Ricardo SenraDa BBC Brasil em Londres
Funkeira-mirim MC Melody ganhou o centro de nova polêmica sobre sexualização de crianças no funk (Foto: Reprodução/YouTube)Funkeira-mirim MC Melody ganhou o centro de nova polêmica sobre sexualização de crianças no funk (Foto: Reprodução/YouTube)
O Ministério Público de São Paulo abriu nesta quinta-feira um inquérito para investigação sobre "forte conteúdo erótico e de apelos sexuais" em músicas e coreografias de crianças e adolescentes músicos.
A cantora de funk conhecida como MC Melody, de oito anos, é um dos alvos da investigação, que suspeita de "violação ao direito ao respeito e à dignidade de crianças/adolescentes". O caso está sendo investigado pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e da Juventude da Capital.
Segundo uma das representações publicadas no inquérito, Mc Melody "canta músicas obscenas, com alto teor sexual e faz poses extremamente sensuais, bem como trabalha como vocalista musical em carreira solo, dirigida por seu genitor".
Além dela, músicas e videoclipes de outros funkeiros-mirins como MCs Princesa e Plebéia, MC 2K, Mc Bin Laden, Mc Brinquedo e Mc Pikachu também são alvo da investigação do Ministério Público paulista.
A promotoria chama atenção para o "impacto nocivo no desenvolvimento do público infantil e de adolescentes, tanto de quem se exibe quanto daqueles que o acessam".
Petição
O inquérito, aberto pelo promotor Eduardo Dias de Souza Ferreira, é resultado de denúncias e representações encaminhadas pela Ouvidoria do Ministério Público e por cidadãos que pedem avaliação legal sobre a exposição dos funkeiros mirins.
Ministério Público abre inquérito sobre 'sexualização' de MC Melody (Foto: Ministério Público de SP)Ministério Público abre inquérito sobre 'sexualização' de MC Melody (Foto: Ministério Público de SP)
O caso da MC Melody, que chegou a ser o assunto mais procurado por brasileiros no Google nesta quinta-feira (com mais de 50 mil buscas), gerou uma petição no site Avaaz que pede "intervenção e investigação de tutela" ao Conselho Tutelar de São Paulo.
O abaixo assinado alcançou mais de 23 mil assinaturas em quatro dias. A menina já chegou a ter seu perfil retirado do Facebook após denúncias de internautas sobre "sexualização" - ela aparece em fotos com roupas curtas e decotadas, dançando em bailes funks e em vídeos caseiros.
No YouTube, dezenas de publicações feitas por anônimos criticam a exposição da menina - cujos vídeos acumulam centenas de milhares de visualizações no portal.
O pai de MC Melody - o também funkeiro MC Betinho - também é citado pelo inquérito do Ministério Público, que afirma ser "dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”, conforme dispõe o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente".
A reportagem tentou contato com MC Betinho por telefone, mas não obteve sucesso. Em entrevistas anteriores, o pai de MC Melody se defende argumentando que existiria uma “perseguição ao funk” e que “não obriga sua filha a fazer nada”.
"Ela canta e dança assim porque gosta", disse MC Betinho. "Entendemos quem não gostou ou ficou ofendido e estamos mudando a nossa postura por isso."
24/04/2015 17h33 - Atualizado em 24/04/2015 17h33

União Europeia envia barcos para resgate de imigrantes à costa da Líbia

Embarcações britânicas e alemãs irão atuar em operações no Mediterrâneo.
UE anunciou que vai triplicar fundos para buscas e resgates na região.

Da Reuters
O navio britânico HMS Bulwark é visto no estreito de Dardanelos, perto de Gallipoli, na Turquia, na sexta-feira (24). Ao lado de outros dois navios, a embarcação faz parte dos reforços europeus no resgate a imigrantes ilegais que tentam cruzar o Mediterrâneo (Foto: Reuters/Umit Bektas)O navio britânico HMS Bulwark é visto no estreito de Dardanelos, perto de Gallipoli, na Turquia, na sexta-feira (24). Ao lado de outros dois navios, a embarcação faz parte dos reforços europeus no resgate a imigrantes ilegais que tentam cruzar o Mediterrâneo (Foto: Reuters/Umit Bektas)
Navios de guerra britânicos e alemães partiram rumo à costa da Líbia enquanto a Europa reforça suas operações de resgate no mar Mediterrâneo, depois que até 900 pessoas desesperadas se afogaram tentando chegar de barco à Itália no último fim de semana.
Mesmo assim, horas depois de líderes da União Europeia concordarem em triplicar o financiamento das missões marítimas do bloco na quinta-feira em Bruxelas e prometerem mais navios e aeronaves, 14 imigrantes clandestinos morreram quando um trem atingiu dezenas de somalis e afegãos que seguiam no escuro ao longo de uma ferrovia num desfiladeiro na Macedônia.

Após o naufrágio de um barco de pesca lotado no último domingo, que quase dobrou para 2 mil o saldo de mortos no mar neste ano, os líderes da UE reagiram à revolta pública revertendo os grandes cortes nas operações de busca e resgate, embora a desconfiança dos eleitores em relação à imigração deixe poucos dispostos a acolher muitos refugiados a mais.
O incidente enfatizou a variedade de rotas que um número crescente de pessoas usa para escapar da guerra e da pobreza na Ásia, na África e no Oriente Médio e arriscar a sorte em uma região rica que lhes acolhe com frieza, na melhor das hipóteses. Os governos da UE continuam discordando profundamente quanto à maneira de dividir os cuidados com os que são bem-sucedidos nas travessias.
A capitânia britânica Bulwark, atualmente próxima de Istambul, na Turquia, irá para a área entre Líbia e Itália no domingo, informou o governo.
Entretanto, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que sofre a ameaça de populistas anti-imigração na reeleição que disputa em menos de duas semanas, enfatizou que poucos dos resgatados irão para o Reino Unido.
A Alemanha, destino favorito de muitos imigrantes que chegam à Europa, declarou nesta sexta-feira que enviará uma fragata e uma embarcação de suprimento para a área dentro de alguns dias para procurar refugiados no mar.
Quase 40 mil pessoas chegaram à Itália neste ano, embora a Alemanha e seus vizinhos se queixem que Itália e Grécia fazem muito pouco para rastrear aqueles que chegam e rapidamente seguem para o norte.
Números impressionantes
A Frontex, agência de fronteira da UE, diz que 276 mil pessoas entraram no bloco ilegalmente em 2015, mais que o dobro da cifra de 2013.
As travessias marítimas para a Itália quadruplicaram para 170 mil no momento em que o caos na Líbia criou oportunidades para gangues de traficantes de pessoas. Cerca de 43 mil chegaram à UE no ano passado pelos Bálcãs, e outras 32 mil só no primeiro trimestre deste ano, mostram dados da Frontex.
A Organização das Nações Unidas (ONU), que criticou a reação da União Europeia na costa líbia, recebeu bem a decisão da cúpula de que as autoridades do bloco irão restabelecer o mesmo nível de ajuda da missão de resgate italiana Mare Nostrum, que salvou mais de 100 mil pessoas no ano passado, mas foi substituída por uma operação mais modesta organizada pela UE em outubro.
Mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) também exortou a Europa a fazer com que seja mais fácil buscar proteção na UE sem fazer viagens perigosas.
"No final das contas, o teste será vermos uma redução na perda de vidas, no acesso efetivo à proteção na Europa sem ter que cruzar o Mediterrâneo e um Sistema Comum de Asilo na Europa eficaz, que realmente esteja à altura de seus compromissos de solidariedade e divisão de responsabilidade", disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards.
Na cidade portuária de Catânia, na Sicília, o suposto capitão do barco de imigrantes que naufragoucompareceu diante de um juiz nesta sexta-feira depois que a promotoria pediu que ele fosse acusado de homicídio.
Mohammed Ali Malek, de 27 anos, negou estar no comando do barco pesqueiro superlotado, que afundou com centenas de imigrantes trancados nos pisos inferiores. Só 28 pessoas sobreviveram ao desastre, que se acredita ser o pior saldo de mortes no Mediterrâneo em décadas.

Ameaça de bomba faz Estátua da Liberdade ser evacuada

Esquadrão antibombas de Nova York foi chamado ao local para uma ‘varredura de segurança’

 - Atualizado em 
Estátua da Liberdade em Nova York
Estátua da Liberdade em Nova York(Daniel Berehulak/Getty Images/VEJA)
A Estátua da Liberdade e a Ilha da Liberdade, em Nova York, foram evacuadas depois que um cão da polícia do parque farejou um pacote suspeito no local e uma ameaça de bomba foi reportada por telefone. Funcionários da balsa que leva os visitantes até a estátua informaram que a atração permanecerá fechada até este sábado, devido aos possíveis riscos.
Os oficiais do parque iniciaram a evacuação por volta das 13h30 no horário de Brasília, quando a unidade K-9 de cães farejadores detectou uma ameaça durante a patrulha de rotina. Momentos depois, o pacote suspeito foi encontrado em um armário perto da loja de presentes, de acordo com a polícia.
LEIA TAMBÉM:
O esquadrão de bombas de Nova York também foi chamado ao local. "Eles estão fazendo uma varredura de segurança", um porta-voz do Parque Nacional disse à BBC, mas se recusou a dizer o que eles estavam procurando. O sargento Lelani Woods, da polícia de parques dos EUA, disse que não poderia confirmar se alguém telefonou sobre uma ameaça de bomba.
Um dos mais populares destinos turístico do país, a ilha é mundialmente famosa pela Estátua da Liberdade. O monumento foi um presente dado aos EUA pela França em 1886, como símbolo da amizade entre as nações. Anteriormente, pelo menos uma ameaça foi registrada pela polícia no local, no entanto, fontes oficiais não especificaram quando ela teria ocorrido.
France Presse
24/04/2015 06h37 - Atualizado em 24/04/2015 13h29

Armênia faz um minuto de silêncio em memória de vítimas de genocídio

Líderes mundiais se reuniram em Yerevan para homenagem.
Massacres de 1915 deixaram mais de 1,5 milhão de mortos.

Da France Presse
Soldados guardam memorial de Tsitsernakaberd, em Yerevan, em cerimônia de homenagem aos mortos no genocídio armênio nesta sexta-feira (24) (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)Soldados guardam memorial de Tsitsernakaberd, em Yerevan, em cerimônia de homenagem aos mortos no genocídio armênio nesta sexta-feira (24) (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)
Líderes mundiais fizeram nesta sexta-feira (24) um minuto de silêncio em Yerevan em memória das vítimas do episódio conhecido como genocídio armênio, massacres ocorridos a partir de 1915 que deixaram cerca de 1,5 milhão de mortos.
24/04/2015 15h53 - Atualizado em 24/04/2015 16h52

'O chão tremia; fugimos de pijama', diz brasileira que viu erupção no Chile

Casal estava ao lado do vulcão Calbuco e filmou início da erupção e fuga. 
Eles suspenderam férias, deixaram as malas para trás e tentam sair do país.

Flávia MantovaniDo G1, em São Paulo

De férias com o marido australiano no sul do Chile, a brasileira Neusa Rohde, de 58 anos, estava tirando fotos da paisagem quando entrou no quarto da pousada para carregar o celular. De repente, sentiu um tremor no chão, “parecido ao de uma betoneira trabalhando”. Abriu a janela e viu um cenário de filme: o vulcão Calbuco, a menos de 2 km de onde ela estava, acabara de entrar inesperadamente em erupção, após quase 50 anos adormecido.
Era quarta-feira (22), perto das 18h. Eles pegaram documentos e dinheiro e fugiram de lá, “praticamente de pijama”. Sentiam o calor do vulcão chegando perto. “Foi assustador. Um pânico, um pavor. Não sabíamos que rumo tomar, se íamos para a esquerda ou para a direita, onde ficaríamos a salvo”, contou ela ao G1.
Ela filmou a erupção e sua fuga do local. Os vídeos foram enviados pela ferramenta colaborativaVC no G1.
Neusa Rhode com o marido, Helder Penedo, no Chile; férias foram interrompidas após erupção (Foto: Neusa Rhode/Arquivo Pessoal)Neusa Rohde com o marido, Helder Penedo, no Chile; férias foram interrompidas após erupção (Foto: Neusa Rhode/Arquivo Pessoal)
Dez quilômetros adiante, na cidade de Puerto Varas, policiais distribuíam máscaras e orientavam as pessoas. Havia engarrafamentos e filas nos postos de gasolina.
Sentíamos o calor chegando perto. Não sabíamos que rumo tomar, se íamos para a esquerda ou para a direita, onde estaríamos a salvo"
Neusa Rohde
“Tudo foi muito organizado, mas isso não evitou o pânico. Os carros furavam o sinal vermelho. Passamos por duas escolas e só se viam mães correndo desesperadas atrás dos filhos. O chão tem mais de 20 cm de pedras e cinzas expelidas pelo vulcão”, relata a brasileira.
Ela e o marido conseguiram pegar um atalho por uma estrada de terra para acessar a rodovia. Pararam à 1h da madrugada, para dormir. Ou melhor, para não dormir. “Durante a noite ouvíamos explosões, o chão tremia. Isso porque estávamos a 50 km do vulcão. Foi apavorante. A gente não dormiu nada, nada.”
A pousada onde eles estavam 10 minutos antes da erupção (à esq.) e logo que a erupção começou (Foto: Neusa Rhode/Arquivo Pessoal)A pousada onde eles estavam 10 minutos antes da erupção (à esq.) e logo que a erupção começou (Foto: Neusa Rohde/Arquivo Pessoal)
Fuga
Agora, os dois estão tentando achar um jeito de sair do país. Tentaram por Bariloche, mas as fronteiras estão fechadas. Estão indo em direção ao norte, procurando outra fronteira com a Argentina que esteja aberta. Se não conseguirem, talvez tenham que ir até Santiago.
Durante a noite, mesmo a 50 km do vulcão, ouvíamos explosões, o chão tremia. Foi apavorante. A gente não dormiu nada"
Neusa Rohde
Neusa diz que a situação nas cidades próximas ao Calbuco está crítica. “A região está em alerta vermelho. As pessoas estão todas em abrigos. A água dos rios está poluída. Os animais estão à mercê da própria sorte, sem água, sem alimento.”
Eles tinham acabado de chegar a Ensenada e pretendiam ficar cinco dias. “Pagamos a pousada adiantado, tinha muita coisa linda para a gente conhecer: rios, lagos cachoeiras. Tudo foi suspenso porque o vulcão Calbuco nos pregou uma peça. Foi uma fatalidade. É um país maravilhoso, um dia queremos voltar.”
As malas do casal ficaram para trás, na pousada. “Deixamos muitas coisas lá. Mas o importante é voltar em segurança e dar um forte abraço nos nossos filhos”, diz.
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